Presente em: http://ficaceuunb.blogspot.com/
Dois estudantes da Casa do Estudante Universitário (CEU) da UnB foram presos no dia 3 de junho, por atear fogo em um container com lixo. O ato foi uma resposta ao arrombamento de apartamentos, violação de Direitos Humanos e coações cotidianas, relacionados à desocupação truculenta da CEU. Tal ato não ofereceu risco à integridade física de qualquer pessoa, como registrado em fotos e vídeo. A própria reitoria por meio da segurança chamou a PM para reprimir o ato político. Atualmente, por pressão do corpo discente, os estudantes David Wilkerson Silva de Almeida e Heitor Claro da Silva estão em liberdade provisória e podem ser condenados a 9 anos de prisão, pois estão respondendo a 3 acusações graves, ou seja, um ato político é criminalizado.
Portas e louças de banheiro estavam sendo arremessadas do terceiro andar da escada de emergência do Bloco B da CEU para esse contêiner, no começo da manhã do dia 03/06/2011, por volta das 7:30,causando perturbações psicológicas e colocando em risco as pessoas que poderiam passar perto do mesmo, pois a área ao redor do contêiner não foi isolada. Com a argumentação de acelerar o processo de desocupação da CEU,os seguranças foram orientados a arrebentar com marretas os armários do segundo andar deste bloco, mesmo com pessoas residindo no bloco. No dia 01/06 a estudante Graziele Antunes de Liz ao entrar em seu apartamento (216 B) lesionou o braço por ter se protegido de um escombro de armário que caiu sobre seu corpo.
A Universidade de Brasília, evidentemente, não está realizando o processo de desocupação da CEU com preocupação social e respeito à dignidade humana. O ato político que culminou na prisão dos estudantes foi uma resposta desesperada às ações de violação de direitos humanos promovidas pela reitoria.
O movimento não é contra a reforma da CEU, porém reivindica a permanência dos estudantes dentro do Campus Darcy Ribeiro, visto que, existem casos de vulnerabilidade de estudantes que tiveram problemas com o contrato de R$ 510,00 .
Propomos a reforma de um bloco de cada vez. A outra opção seria a disponibilização de apartamentos na Colina.
Mais de 200 moradores aceitaram o auxílio-moradia de R$510 reais sem fiador, sem adiantamento de 8 meses de aluguel, sem cheque caução de 3 meses, sendo estas promessas da UnB não concretizadas. Os estudantes que foram encaminhados para o hotel Morato localizado na Vila-Planalto hoje estão na iminência de serem despejados pelo não pagamento do segundo mês de aluguel. Como confiar em promessas não cumpridas?
A saída do Campus Darcy Ribeiro só é necessária porque a UnB não construiu 6 novos blocos de moradia estudantil, como constava no projeto de reforma da CEU, tendo dinheiro disponível para a construção desde 2008! É um erro de planejamento da universidade que está causando prejuízos a todos os moradores da CEU, inclusive as dezenas de calouros que entraram no Programa de Moradia no semestre letivo atual e que só recentemente começaram a receber o auxílio-moradia de R$510 reais. Ficaram desamparados por mais de dois meses tendo que recorrer a clandestinidade forçada na CEU e solidadariedade dxs moradorxs, por falta de acesso a seus direitos.
Vamos apresentar nossa pauta de reivindicação, podemos mostrar e provar muito do que estamos falando: http://www.youtube.com/user/pelaautogestao.
Veja como estão nos tratando, assista como estamos discutindo e o que estamos cobrando (e que é justo cobrar) da UnB.
Terminamos com as palavras do Magnífico Reitor da UnB: “A reivindicação de direitos, como o direito de morar, nestas condições, orienta a construção social da cidadania, na medida em que as classes e grupos espoliados e oprimidos definem a sua representação, a sua participação e instauram na sociedade a dimensão geral da liberdade como expressão da liberdade fundamental de todo ser humano.”
Informações:
http://ficaceuunb.blogspot.com/
http://amceu-unb.blogspot.com/
Contato:
unb.amceu@gmail.com
Pontos de reivindicação imediata:
Abertura de mesa de negociação com o reitor;
Exigir a publicação dos vídeos e das fotos do acontecimento de 03/06 no site da SECOM-UnB;
Paralisação imediata das obras na Casa do Estudante (CEU) enquanto houver moradores/as.
Que sejam garantidas as condições de salubridade na CEU enquanto houver moradores/as;
Que seja permitido o trancamento parcial justificado de disciplinas bem como o trancamento geral justificado para as/os estudantes que se sentiram lesados pelos impactos psicossociais causados pela reforma da CEU. É importante garantir que os eventuais trancamentos não impliquem na exclusão destes do programa de assistência estudantil.
Moradia transitória no Campus providenciada em duas semanas. As possibilidades propostas são (em ordem de preferência):
1. A locação legal dos estudantes em um dos blocos CEU para que a reforma seja realizada um prédio de cada vez.
2. Reserva de apartamentos da Colina para que sejam utilizados como moradia provisória.
Imediato afastamento ou transferência para outro local das/os funcionários/as: Renner (assistente social da DDS); Zé Luiz (funcionário SME), Lúcia (assistente social da DDS), “Cordeiro” (Segurança);
Transferência do quadro da funcionários da segurança da Casa do Estudante para outro local de trabalho;
Que seja mantida a bolsa de permanência e todos os benefícios sociais referentes a assistência estudantil do estudante David Wilkerson Silva Almeida.
Fica CEU
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