Contribuição Política ao MCE 2011

Segue documento que deveria ser apresentado no pré-ennece Piauí como forma de politizar e colaborar na organização do XV ENNECE CAESUN PA 2011. Infelizmente, não conseguimos divulgar nem enviar representante ao Piauí, mas fica aqui o registro da discussão realizada na UFS.

danilo, ufs
sencenne coord nacional
sence coord finanças



Conselho de Residentes/UFS
XV Encontro Norte/Nordeste de Casas de Estudantes – ENNECE – Belém, Pará, 2011
Pra começo de conversa...
O XV Encontro Norte/Nordeste de Casa de Estudantes será realizado no segundo semestre de 2011em Belém do Pará. Trata-se de um dos espaços de diálogo dos estudantes/militantes que constroem o movimento de casas do Norte e do Nordeste. 2011 será bastante simbólico para o MCE por dois fatos inéditos e importantes para sua conjuntura e articulação: o Pré-Ennece sediado em Terezina, Piauí; e o Ennece acontecer na região Norte, em Belém, Pará. Não se trata apenas de um deslocamento espacial. Ao contrário é um sinal de aproximação e articulação do MCE. Um horizonte que pode significar unificar forças, fortalecer lutas e conceber um projeto de assistência estudantil popular, inclusivo e emancipatório.
Todas as etapas de construção é, em certa medida, uma vitória coletiva. Vitória idealizada e legitimada em João Pessoa, Paraíba, em 2010. Lá, foram germinados os primeiros desejos de articular e avançar os nossos encontros regionais para além dos estados do Nordeste Meridional.  Nesse sentido, a responsabilidade de todos e todas que constroem o MCE deve ser compreendido como uma tarefa que consiga sintetizar sensibilidade e firmeza nas discussões e nas ações.  E para isso é necessário localizar o papel que cumpre a cada militante no processo de compreender a importância desses eventos para o MCE. A partir dessa fase, poderemos aprofundar nossa compreensão das causas estruturais e das tendências dos fenômenos políticos e econômicos que influem na educação, nas universalidades brasileiras e na Assistência Estudantil.   
Para esse ENNECE, nossas bandeiras a favor políticas de permanência fundamentadas no protagonismo estudantil devem estar vinculadas ao próprio processo de democratização da educação e da sociedade.  Quando se fala em educação para a autonomia é essencial que se fale de política. Autonomia não é auto-suficiência, ela acontece na ação no mundo e relacionamentos com os outros sujeitos. Autonomia também implica na realização dos próprios projetos pelos quais o ser humano se faz a si e ao mundo, numa ação criadora e recriadora. Partindo desse pressuposto poderemos dar uma enorme contribuição para o movimento de casas, para a assistência estudantil, para a educação e para a sociedade.
Poderemos avançar ainda mais se colocarmos na ordem do dia a educação como forma para se alcançar a autonomia e a democracia. Mas uma democracia orientada pelos princípios do protagonismo coletivo, sem desigualdades e sem discriminação ou preconceito. E nessa concepção poderemos utilizar o ambiente micro das nossas “casas” para confrontar com a superestrutura social vigente. Buscar identificar as contradições vivenciadas diariamente junto aos noss@s companhei@s de casa vinculá-las àquelas com as quais combatemos é fundamental para uma prática social coesa e coerente.

...E aí, sacumé...né!!!

Para que se possa posicionar que papel histórico poderá ser desempenhado por qualquer classe, setor ou camada social numa determinada sociedade, é preciso antes compreender que lugar ocupa esta classe, setor ou camada na organização de sua estrutura de poder e conhecimento. Desta forma, o desafio para o movimento de casas é se propor à busca de rupturas forjadas na luta cotidiana, na medida em que articula suas pautas políticas à crítica da falta de investimentos em políticas educacionais e sociais para permanência d@s filh@s da classe trabalhadora no ensino superior.
 Nesse sentido, o MCE pode atuar em consonância com outros movimentos organizados. Compreende-se, no entanto, que o modelo de atuação é atravessado por desafios, dentre os quais a questão da formação política. Dessa forma, a realização de atividades de formação política torna-se crucial por proporcionar a aproximação de novas e novas militantes, além de qualificar o debate e incentivar o amadurecimento político da militância como um todo.
É justamente para esse “norte” que pode se alavancar um o debate em torno do modelo de educação e suas conseqüências das políticas de assistência estudantil. Para tanto, faz-se necessário uma formação política d@s militantes do MCE, colocando suas demandas, potencialidades e perspectivas. Não se propõe aqui se aprofundar em questões mais complexas e específicas e sim fornecer elementos para que isso seja feito posteriormente. Assim, o movimento de casas do Norte e do Nordeste pode e deve começar a abarcar uma discussão profunda acerca da sociedade em que vivemos já em Terezina, e tentar sintetizar todo o bojo teórico com estratégias de atuação para que sejam amplamente discutidas em Belém do Pará.


O que fazer, então?

Antes mesmo de responder a essa questão é importante de começar a se perguntar determinar de que perspectiva partimos. Qualquer luta deve ser precedida por um minucioso estudo daquilo que se quer combater. Articular alianças com atores sociais que também lutem, dentro ou fora dos muros da universidade é fundamental para vislumbrar vitórias. Entretanto, no momento em que várias correntes do ME e dos movimentos sociais estão viciados, aparelhados e engessados e atrelados e governos, é imprescindível acumular experiências práticas e discussões teóricas.
Há outro agravante: a diminuição do nível de consciência em geral, tanto na base quanto na militância. Considerando essa problemática, é de se imaginar estratégias e táticas para se criar um organograma de formação política. Pode ser um curso pontual, que trate de temas locais; ou algum espaço mais amplo e reflexivo, encorpado de um processo contínuo e que busque dar conta de debater grandes.
Por isso, é importante delimitar os escopos de um encontro e que não se finde nele mesmo.  O primeiro deles é que um tema seja presente no início de todos os encontros: Análise de Conjuntura como mesa de abertura dos regionais que se seguirem à Belém. Isso pode ser justificado pelo fato de a cada ENNECE, participam novos encontristas. Isso facilitaria uma visão ampla e profunda de sociedade e de localização do MCE nesse contexto. Analisar a conjuntura social, além de servir como formação política para calouros e veteranos, facilita a compreensão dos demais temas do encontro.
Alguns temas não podem falar a um encontro que se propõe a nutrir a luta do povo. Dentre esse alguns merecem destaques: criminalização da pobreza e dos Movimentos Sociais, Opressões, Comunicação e Cultura, etc. Assim poderíamos já em Belém tratar desses temas, geralmente chamados de transversais. Enriquecer o encontro é diversificar nos temas, também.  Sem contar que para contagiar a militância é imprescindível diversificar nas discussões.
Outro ponto sensível a qualquer encontro de estudante são os espaços propostos: mesas, oficinas, GTD, mini-cursos. Pela experiência do ultimo ENCE, o movimento de casas entendeu que o modelo de encontro parecia está saturado. Já no último ENNECE adotamos uma organização mais dinâmica. Para dar continuidade ao processo de mudanças nos nossos encontros é fundamental ampliar essa dinamicidade. As Casas de Base dão um grau mais intenso de interação entre os participantes. Podem ser temáticos (alvorada, Cultural, comunicação, estrutura, metodologia, etc).
 Outro artifício positivo é a forma de apresentação das casas. Buscar formas criativas e originais de apresentar as culturas presentes no encontro tira a carga enfadonha do modelo tradicional de apresentação. Novamente, deu certo em João Pessoa, importante seguir em Belém. Assim, as divisões do tempo e dos eventos podem deixar o evento convidativo e poderá mobilizar os encontristas.
Por fim, sair de Belém com uma pauta e um cronograma de ações e debates articulados regionalmente a fim de fortalecer o MCE, pressionar as administrações e dar visibilidade e criar unidade do MCE será uma vitória d@s guerreiros do Norte e do Nordeste do Brasil que vivem a universidade brasileira diuturnamente e que por isso mesmo querem a sua transformação.
  
 “Só Crescemos na OUSADIA


Conselho de Residentes/UFS
Gestão: Rosas e Cactus


Aracaju, abril de 2011



"Ou os estudantes se identificam com o destino do seu povo, com ele sofrendo a mesma luta, ou se dissociam do seu povo, e nesse caso, serão aliados daqueles que exploram o povo".

Florestan Fernandes

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