quinta-feira, fevereiro 25, 2010
Sencebrasil
A Residência da UEPB (atualmente localizada à Rua Marechal Deodoro da Fonseca, 581, Bairro da Prata, em Campina Grande – PB), foi fundada em 2005, e desde então passou por sérios desafios, tais como: duas mudanças de casa, devido à inexistência de uma residência fixa; fornecimento de alimentação de má qualidade, tendo em vista seu alto custo, já que é fornecida por um restaurante terceirizado; além das péssimas relações que eram mantidas com a administração universitária, principalmente no que dizia respeito às relações com a Prefeitura Universitária. Hoje com a administração feita pela PROEG (Pró-Reitoria de Ensino e Graduação) a realidade não é diferente.
No início do ano passado (março, 2009) realizamos uma ocupação no gabinete da Reitoria. Mobilizados contra o agravamento das questões relacionadas à alimentação e a sumária expulsão de cerca de 20 estudantes, com base em supostas infrações previstas no regimento interno, aprovado sem discussão com os residentes. Com essa ocupação conseguimos uma reunião com a reitora (Marlene Alves Souza Luna), onde obtivemos ganhos que na ocasião consideramos positivos, tais como: a revogação do comunicado de expulsão dos estudantes ofendidos; a desvinculação da administração da Prefeitura Universitária junto a Residência Universitária, que passou a ser vinculada a PROEG e a promessa de melhorias na qualidade da alimentação fornecida.
Logo em seguida à mobilização, recebemos a informação da criação do programa “Bolsa-Permanência”, ou como chamamos: “Bolsa Miséria”. Um programa que, segundo a reitora, reduziria os custos da Universidade e atenderia a demanda de assistência estudantil aos estudantes de baixa renda. No entanto este programa foi pensado no sentido de substituir o programa da Residência Universitária e, mais que tudo, desarticular a organização dos estudantes iniciada e favorecida por sua aproximação, identificação e compartilhamento de questões comuns à classe estudantil.
Alguns estudantes residentes, tentados por suas dificuldades financeiras, cederam à proposta da “Bolsa-Permanência” e saíram da residência. O que acontece é que muitos estudantes em todo o Brasil passaram por essa mesma experiência, quando outras universidades do país implantaram a bolsa e posteriormente desintegraram as Residências. Em seqüência ao processo de fechamento das Residências, vem o cancelamento das bolsas e, assim, restam aos estudantes o trancamento, ou mesmo, cancelamento de seus cursos. Por não terem condições materiais de se manterem nos grandes centros, são forçados a retornar as suas cidades, ceder seu espaço nas universidades públicas aos filhos da pequena, média e grande burguesia.
No período de 29 de Junho a 17 de Julho de 2009, a UEPB lançou edital para seleção de vagas optativas (residência ou bolsa). Porém, 19 residentes resistiram à proposta oferecida pela administração da Universidade e resistiram na casa, unidos nesta campanha de conscientização e resistência. São esses estudantes que permanecem resistentes na luta, buscando seus (nossos) direitos. Se naquele momento nos foi dada à alternativa de escolha, a situação atual não permitirá nem isso, na medida em que a UEPB oferecerá neste ano pouquíssimas vagas e somente para a Bolsa-Permanência. ESTRATÈGICO, NÃO?
Cientes de que os estudantes que estão se inscrevendo para concorrer às vagas desconhecem as informações apresentadas aqui, além de todo o processo de luta e resistência que os estudantes sofreram nesse período para conquista dessa estrutura (a qual ainda não é de propriedade da Universidade), nos dispomos à tarefa de conscientização e divulgação da Residência Universitária.
A Residência Estudantil da UEPB, como exposto acima, passa por um momento muito difícil de definição: entre sua continuidade e consolidação, ou sua desestruturação e fechamento; convidamos todos/as a conhecer nossa residência e unir-se nessa luta de Resistência, Autonomia e Conscientização. Acreditamos que essa luta é nossa, de todos os/as estudantes, que essa estrutura é um direito nosso, o qual foi adquirido com muita luta e com o sacrifício de muitos. Hoje muitos não estão mais presentes, mas nos deixaram um legado de esperança, coragem e resistência por uma sociedade melhor, mais justa, igual, livre... Democrática, de fato.
“Nós, socialistas, somos mais livres porque somos mais perfeitos; somos mais perfeitos porque somos mais livres” Che Guevara
Contatos: (83) 3322 6981 / 8734 4684
Suênia: oliveira.nayara@ymail.com
Jeane: jeane.ssocial@hotmail.com
Patrícia: prbeiro@yahoo.com.br
No início do ano passado (março, 2009) realizamos uma ocupação no gabinete da Reitoria. Mobilizados contra o agravamento das questões relacionadas à alimentação e a sumária expulsão de cerca de 20 estudantes, com base em supostas infrações previstas no regimento interno, aprovado sem discussão com os residentes. Com essa ocupação conseguimos uma reunião com a reitora (Marlene Alves Souza Luna), onde obtivemos ganhos que na ocasião consideramos positivos, tais como: a revogação do comunicado de expulsão dos estudantes ofendidos; a desvinculação da administração da Prefeitura Universitária junto a Residência Universitária, que passou a ser vinculada a PROEG e a promessa de melhorias na qualidade da alimentação fornecida.Logo em seguida à mobilização, recebemos a informação da criação do programa “Bolsa-Permanência”, ou como chamamos: “Bolsa Miséria”. Um programa que, segundo a reitora, reduziria os custos da Universidade e atenderia a demanda de assistência estudantil aos estudantes de baixa renda. No entanto este programa foi pensado no sentido de substituir o programa da Residência Universitária e, mais que tudo, desarticular a organização dos estudantes iniciada e favorecida por sua aproximação, identificação e compartilhamento de questões comuns à classe estudantil.
Alguns estudantes residentes, tentados por suas dificuldades financeiras, cederam à proposta da “Bolsa-Permanência” e saíram da residência. O que acontece é que muitos estudantes em todo o Brasil passaram por essa mesma experiência, quando outras universidades do país implantaram a bolsa e posteriormente desintegraram as Residências. Em seqüência ao processo de fechamento das Residências, vem o cancelamento das bolsas e, assim, restam aos estudantes o trancamento, ou mesmo, cancelamento de seus cursos. Por não terem condições materiais de se manterem nos grandes centros, são forçados a retornar as suas cidades, ceder seu espaço nas universidades públicas aos filhos da pequena, média e grande burguesia.
No período de 29 de Junho a 17 de Julho de 2009, a UEPB lançou edital para seleção de vagas optativas (residência ou bolsa). Porém, 19 residentes resistiram à proposta oferecida pela administração da Universidade e resistiram na casa, unidos nesta campanha de conscientização e resistência. São esses estudantes que permanecem resistentes na luta, buscando seus (nossos) direitos. Se naquele momento nos foi dada à alternativa de escolha, a situação atual não permitirá nem isso, na medida em que a UEPB oferecerá neste ano pouquíssimas vagas e somente para a Bolsa-Permanência. ESTRATÈGICO, NÃO?
Cientes de que os estudantes que estão se inscrevendo para concorrer às vagas desconhecem as informações apresentadas aqui, além de todo o processo de luta e resistência que os estudantes sofreram nesse período para conquista dessa estrutura (a qual ainda não é de propriedade da Universidade), nos dispomos à tarefa de conscientização e divulgação da Residência Universitária.
A Residência Estudantil da UEPB, como exposto acima, passa por um momento muito difícil de definição: entre sua continuidade e consolidação, ou sua desestruturação e fechamento; convidamos todos/as a conhecer nossa residência e unir-se nessa luta de Resistência, Autonomia e Conscientização. Acreditamos que essa luta é nossa, de todos os/as estudantes, que essa estrutura é um direito nosso, o qual foi adquirido com muita luta e com o sacrifício de muitos. Hoje muitos não estão mais presentes, mas nos deixaram um legado de esperança, coragem e resistência por uma sociedade melhor, mais justa, igual, livre... Democrática, de fato.“Nós, socialistas, somos mais livres porque somos mais perfeitos; somos mais perfeitos porque somos mais livres” Che Guevara
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