quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Assistência estudantil não deve exigir contrapartidas

Debatedores do I Seminário sobre a Política de Assistência Estudantil concordam que aluno deve se dedicar somente aos estudos

Benefícios da assistência estudantil são direitos e não devem exigir contrapartidas do aluno. Essa foi a posição defendida por debatedores e participantes do I Seminário sobre a Política de Assistência Estudantil: desafios e perspectivas. O seminário acontece até quarta-feira, 9 de dezembro, no Auditório Dois Candangos.

“As únicas contrapartidas devem ser os objetivos do aluno dentro da universidade: a formação acadêmica e pessoal com qualidade”, afirmou a decana de Assuntos Comunitários da UnB, professora Rachel Nunes.

O professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) Gabriel Palafox argumentou que a política assistencial não pode nem deve colocar nenhuma condição a não ser estudar e tirar boa nota. “Essa lógica mercadológica de que o estudante tem de oferecer algo em troca tem de ser superada”, critica.

O aluno de pós-graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal de Goiás (UFG) Suélio Araújo acredita que os estudantes de baixa renda que recebem benefícios têm o mesmo direito que os demais de se dedicar exclusivamente aos estudos. Na UFG, os discentes que recebem a Bolsa Permanência, um auxílio de R$ 220, precisam trabalhar 20h semanais na própria universidade, em sua maioria em atividades administrativas.

“Como esse aluno de baixa renda vai competir com os de classe média que podem se dedicar somente aos estudos e têm tempo para fazer estágio em sua área de atuação?”, questiona Suélio. Ele defende ainda que é direito do estudante ter tempo para atividades culturais e de lazer porque elas também enriquecem a formação do aluno.

INDICADORES – O gestor governamental do MEC Lucas Ramalho lembrou a necessidade de se criar indicadores para medir a eficácia das políticas de assistência estudantil no Brasil. “É preciso mostrar os resultados para garantir a continuidade dessas políticas em um quadro de mudança de governo em 2010”, explicou. O gestor sugeriu medir taxas de conclusão da graduação ou de evasão escolar para que se tenha um cenário de avaliação.

A decana Rachel Nunes lembra que o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) do MEC é recente, foi implantado em 2008, e por isso há dificuldade em definir indicadores. Mas acredita que até 2010 já seja possível levantar dados para comparar. E reforça: “Indicadores também são importantes para mostramos para a sociedade como o recurso está sendo investido e para podermos avaliar as políticas e atender cada vez melhor os alunos”.

Participaram da mesa de debates desta terça-feira o professor da UFU Gabriel Palafox, o pró-reitor de Assuntos da Comunidade Universitária da UFG Ernando Filizzola, a diretora de Apoio e Integração Acadêmica da UnB, Nina Laranjeiras e a coordenadora de Apoio e Pós-Graduação da UnB, Georgete Rodrigues. O reitor da UnB José Geraldo Junior e a secretária de Educação Superior do MEC Maria Paula Dallari Bucci participaram da mesa de abertura. As atividades do seminário nesta quarta-feira começam às 8h30 no Auditório Dois Candangos.

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enviado por antônio na lista nacional da SENCE.
retirado do site da UnB.
danilo, feop/se
sencenne coord. regional

2 comentários:

Editor Direito dos Estudantes disse...

Nossos cumprimentos pelo blog. equipe www.UniBr.net

Sence disse...

Muito válido o que o comentário do companheiro Suélio, pois num adianta oferecer bolsas ao aluno quando na verdade quem de fato terá condições de ganhar espaço no mercado de trabalho é o aluno que tem mais tempo para se dedicar aos estudos. Nós alunos de baixa-renda temos que substituir um trabalhador que deveria estar desempenhando a função na qual nos colocamos e ainda temos que nos dedicar aos estudos, sem termos os direitos que esse trabalhador teria(plano de saúde, férias,carteira assinada, etc). No final das contas, somos mão de obra barata para a universidade e somos também redução de gastos, já que oferecem "bolsas" para nós em detrimento de um salário e dos direitos que poderiam dar para um trabalhador. Na verdade a bolsa teria que ser nossa sem contrapartida, ou entao teria-se que se pensar numa forma que essa bolsa fosse disponibilizada para trabalhos científicos, ou mesmo trabalhos de extensão acadêmica.

Idayana Marinho
Coord. de Comunicação da Sencenne
Casa da Estudante Universitária da UFPE

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