sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Com medo da mobilização estudantil, reitoria da UnB faz “mesa de negociação”

A reunião recebeu o nome de Fórum permanente para “estabelecer uma agenda das reivindicações do movimento estudantil e buscar consensos entre alunos e reitoria” (portal clicabrasilia. com.br. Para fazer demagogia com o movimento estudantil e aparentar que estaria aberto a discussão aceitando os argumentos dos estudantes, a reitoria aprovou este fórum. A tal Mesa Permanente foi composta por 16 membros, oito professores e oito estudantes. Esta é a famosa enrolação para não atender a pauta de reivindicações do movimento de ocupação. E ainda, esta “mesa” não é nenhum órgão deliberativo da universidade.
Segundo a imprensa, é para “ajudar a construir consensos entre estudantes e administração.”
A verdade é que não há como ter acordo, visto que a administração indicada pelo governo defende o que este quer: redução de gastos, invasão das fundações privadas e sucateamento da instituição pública.Enquanto os estudantes em todo o País se preparam para colocar abaixo o poder nas universidades e exigir uma verdadeira autonomia universitária, na UnB, um dos focos potenciais de crise, tentam convencer os estudantes de que estes poderiam interferir nas decisões. Pura ilusão difundida com a ajuda da burocracia estudantil.
Na UnB, em 2008, os estudantes ocuparam a reitoria e derrubaram o reitor.
A mobilização dos estudantes da UnB apenas foi interrompida pela política pelega das atuais direções do movimento estudantil, que entregaram o movimento para favorecer a parasita do estado, a burocracia universitária e o governo. A verdade é que a medida não é nada, nem sequer uma pequena mudança. A tentativa é de engrossar a cortina de fumaças e confundir ainda mais na identificação de que a ditadura se mantém na universidade.
Os estudantes continuam tolhidos do poder de decisão, deixando a universidade nas mãos do estado capitalista.
É preciso lembrar que a razão de existência da universidade são os próprios estudantes e este é o setor menos atrelado ao estado, sem privilégios, sendo ainda esmagadora maioria da comunidade universitária. Por isso devem estar no controle e não em uma reunião, sem poder algum, representados pela burocracia que não defende as reivindicações estudantis.
Esta burocracia sequer é controlada pela base dos estudantes. Ninguém nem sabe quem participou desta primeira reunião e o que lá defenderam de fato.
O movimento estudantil da UnB deu uma grande demonstração de força com a ocupação e a derrubada do reitor, Timothy Mulholland, o vice-reitor e o resto dos decanos.
No entanto, tem ficado cada vez mais claro que o problema não se resume a substituir uma pessoa, mas de mudar profundamente um sistema de autoritarismo, de privilégios e que não presta contas a ninguém. E é assim que o Estado burguês, as grandes empresas capitalistas e os bancos controlam a universidade; de acordo com os seus interesses.
A partir da experiência com a ocupação da reitoria, os estudantes devem tirar a lição de que apenas com a mobilização e a independência em relação ao governo, a reitoria, os professores e a burocracia estudantil é possível alcançar as reivindicações.

Notícia enviada por Wesley, estudante da UnB à lista da SENCE
Postada por : Idayana( Coord. de Comunicação da SENCENNE)
Fonte: http//www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=19246

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