sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Moradores do alojamento reivindicam mais políticas de assistência estudantil

Em reunião com a DAE, estudantes pediram reajuste nas bolsas

Em uma assembléia realizada no dia 16 de dezembro, os estudantes do alojamento da UFRJ apresentaram suas principais reivindicações para as representantes da Divisão de Assistência ao Estudante (DAE) Telma Gil e Cíntya Oliveira. A diretora do Alojamento, Vera Lucy Aguiar, foi convidada para o encontro, mas não compareceu. Na discussão, os discentes pediram a criação de um regimento interno do alojamento, o reajuste da bolsa auxílio e uma maior cobertura da universidade na área de saúde.

De acordo com o estudante de Ciências Sociais Ciro Nogueira, é urgente que os próprios alunos se organizem para escrever o estatuto do alojamento, tendo em vista que o prazo para a entrega do documento, que expirava em maio de 2009, já foi prorrogado para março de 2010. Alojado, Ciro frisou que já houve diversas tentativas de criação do regimento interno: “O estatuto agora está vindo como uma determinação do CEG (Conselho de Ensino e Graduação). Se nós não tivermos uma proposta, o regimento vai ser uma intervenção. Se nós não fizermos de baixo para cima, o nosso estatuto vai vir de cima para baixo e não nos restará outra opção senão aceitá-lo”, alertou.

Segundo Ciro, o regimento é importante porque finalmente permitirá que o Alojamento seja reconhecido como uma unidade e possam, portanto, ter uma representação discente oficial o que, hoje, por falta do documento, não ocorre.

O estudante chamou a atenção ainda para a medida da UFRJ, inserida no contexto do Plano Diretor, de construir novos alojamentos próximos à Faculdade de Letras, no campus do Fundão: “Só 25% dessas moradias seriam as chamadas moradias sociais. Setenta e cinco por cento então seriam para quem? Marcianos? Porque eu não entendo uma instituição publica dizer que vai fazer moradias diferenciando o que é social do que não é. O que não é social? É moradia para quem?”, questionou.

Assistência à Saúde
Em relação à cobertura da universidade na área de saúde, os alojados foram unânimes em apontar falhas. Segundo eles, no caso de alguma doença, não há remédios disponíveis. De acordo com o estudante Cláudio Reis, do curso de Biblioteconomia, o encaminhamento de situações mais graves para o Hospital Universitário também não estaria ocorrendo.

A assistência psicológica também foi cobrada por vários alunos. Uma das propostas apresentadas para Telma Gil foi a criação de uma Frente de Saúde Sócio Familiar. Ciro Nogueira afirmou que muitos dos estudantes sofrem com problemas familiares, sendo que alguns até destinam parte da bolsa auxílio para complementar a renda em casa. A representante do DAE prometeu que realizará um levantamento para saber melhor qual é real demanda por ajuda psicológica dentro dos alojamentos.

Reajuste das bolsas
Outro ponto reivindicado pelos alunos foi o reajuste da bolsa auxílio que recebem da UFRJ. Atualmente, o valor é de R$ 300. Getúlio Cardoso, da Faculdade de Ciências Contábeis, lembrou o fato de que, desde 2005, o benefício não sofre alteração: “De 4 anos para cá, os brasileiros perderam 25% do poder de compra. O salário mínimo foi reajustado, por exemplo. Mas nossa bolsa, não. A bolsa atual não corresponde às nossas necessidades. Não é questão de conforto, é necessidade mesmo”, relatou.

Telma Gil frisou que essa questão do benefício deve ser devidamente documentada pelos alunos, para que ela possa encaminhar a nova proposta à diretoria do alojamento: “As necessidades deles devem estar detalhadas; os gastos, para que possamos estimar um valor que esteja mais condizente com a atual realidade”, projetou.

“Fiscais da DAE”
A questão que mais gerou polêmica na assembleia foi em relação a uma possível participação dos alojados no processo de exclusão de alguns moradores do próprio alojamento. Alabê Nujara, estudante de Relações Internacionais, defendeu que muitos alunos, após receberem o benefício da bolsa auxílio, simplesmente somem das residências: “Tem gente até que aluga o seu quarto. No meu módulo, por exemplo, só eu durmo. Os quartos estão trancados, acumulando poeira. Temos que avaliar quem está de fato morando aqui ou não. E, quem não está morando, não merece continuar recebendo a bolsa”, criticou.

Para Ciro Nogueira, é preciso tomar cuidado para que os alojados não acabem se tornando “fiscais da DAE”, dedurando quais alunos estão ou não de fato vivendo nas residências: “Essa função de verificar não deve ser nossa, deve ser da diretoria ou da própria Divisão”, sinalizou.

Wanderson Magalhães, do Serviço Social, sugeriu o estabelecimento de uma relação de cooperação entre os estudantes e a DAE, de forma que os alojados não participem de forma ativa no processo de fiscalização: “Os estudantes poderiam atuar de forma apenas colaborativa”, avaliou.

Ao fim da discussão, Telma Gil propôs uma documentação de todas as ideias e reivindicações que foram levantadas na assembleia. Lembrando que a DAE não responde pelas mudanças que poderão ser efetivadas no alojamento, a representante prometeu analisar as sugestões dos alunos e encaminhá-las para as instituições responsáveis. Telma avaliou o encontro como “muito proveitoso” e encaminhou outra plenária com alojados. A próxima reunião deve ocorrer nos dias 20 ou 27 de janeiro.

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Postado por Alojamento UFRJ no Alojamento em Luta em 1/13/2010 08:02:00 PM

1 comentários:

Jamile disse...

Por favor,

Eu e meus alunos participaremos do 50º Congresso da ABQ em Cuiabá e necessitamos de alojamento. Há a possibilidade de nos indicar um bom lugar? Somos em vinte pessoas.

Atenciosamente,

Jamile Mariano Macedo

jamile.86@gmail.com

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